domingo, 31 de março de 2013

Resenha: Maus, Art Spiegelman (DL2013)



Título: Maus 
Autor: Art Spiegelman
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 296

Sinopse: Maus ("rato", em alemão) é a história de Vladek Spiegelman, judeu polonês que sobreviveu ao campo de concentração de Auschwitz, Auschwitz, narrada por ele próprio ao filho Art. O livro é considerado um clássico contemporâneo das histórias em quadrinhos. Foi publicado em duas partes, a primeira em 1986 e a segunda em 1991. No ano seguinte, o livro ganhou o prestigioso Prêmio Pulitzer de literatura. Nas tiras, os judeus são desenhados como ratos e os nazistas ganham feições de gatos; poloneses não-judeus são não-judeus são porcos e americanos, cachorros. Esse recurso, aliado à ausência de cor dos quadrinhos, reflete o espírito do livro: trata-se de um relato incisivo e perturbador, que evidencia a brutalidade da catástrofe do Holocausto. 

Maus faz parte das aquisições desse mês. Estava com umas centenas de livros para ler, mas não resisti e comprei mesmo. Foi um total acaso, na verdade. Mas, puts! Que aquisição! 
Ouvi falar desse livro quando estava fazendo minha lista para o Desafio Literário, sabia que era um livro sobre o Holocausto, lembro que havia achado interessante e meio que guardei o nome em algum canto do cérebro para a posteridade. Na verdade, pena foi não ter encontrado esse livro antes. 

Bem, o livro que faria parte do Desafio Literário desse mês seria A Revolução dos Bichos que, absurdamente, eu ainda não li (mas que será lido em breve!). A temática do mês era Animais Como Protagonistas, e que coisa boa foi ver que Maus encaixava-se! 

O livro narra a história de um judeu polonês sobrevivente do Holocausto. O judeu sobrevivente retratado na história, no entanto, é o pai do Art Spiegelman, autor do livro, o que torna o livro bem realista e ao mesmo tempo, bem pessoal também. É possível perceber as próprias dúvidas e anseios dos sentimentos conflituosos do autor para com o pai. Uma admiração entremeada a aversão que ele possuía relacionada à atitude mesquinha e preconceituosa do Vladek.
Fiquei perguntando-me como o autor fez para conseguir relatar algo tão denso como o Holocausto em quadrinhos, ainda mais quando os personagens eram retratados não como humanos, mas como animais. Oras, é claro que eu levei o livro para casa! 

Na história os judeus são retratados como ratos, os alemães como gatos, os franceses como sapos, os poloneses como porcos e os americanos como cachorros. Tudo sendo interpretado levando em consideração o contexto da segunda guerra.  A caracterização dos personagens nesses moldes fez com que a obra se tornasse ainda mais interessante, e de grande importância para o fluxo da narrativa, inclusive. 

As atrocidades e aberrações que ocorriam nos campos de concentração e fora deles conseguem ser retratadas de uma maneira tão realista que não há como não sentir o horror, toda aflição e angústia sentidos pelos judeus durante aquele período. Sentimos com os personagens. Revoltamo-nos por e com eles.

Mas uma coisa interessante, conseguida talvez pelo próprio formato da história, é que o Art conseguiu apresentar-nos o terror e bestialidade de tempos tão hediondos, mas não ao ponto de nos causar ojeriza e afastar-nos da narrativa. Ao contrário, somos envolvidos por ela e dificilmente conseguimos largar a grafic novel antes de terminá-la. 

Essa é uma obra que sem dúvidas tem muito a ser discutida, o livro é incrível e totalmente recomendado. No fim das contas, até meu pai leu o livro e gostou pacas. ;D


É isso aê, galeris!
Saudações!


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