sábado, 25 de abril de 2015

Resenha: A Casa Assombrada - John Boyne



Título: A Casa Assombrada
Autor: John Boyne
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 296
Sinopse:
A Casa Assombrada - Eliza Caine tem 21 anos e acaba de perder o pai. Totalmente sozinha e sem dinheiro suficiente para pagar o aluguel na cidade, ela se depara com o anúncio de um tal H. Bennet. Ele busca uma governanta para se dedicar aos cuidados e à educação das crianças de Gaudlin Hall, uma propriedade no condado de Norfolk – sem, no entanto, mencionar quantas são, quantos anos têm ou dar quaisquer outras explicações. Assim, ela larga o emprego de professora numa escola para meninas e ruma para o interior.   
Chegando a Gaudlin Hall, Eliza se surpreende ao encontrar apenas Isabella, uma menina que parece inteligente demais para sua idade, e Eustace, seu adorável irmão de oito anos. Os pais das crianças não estão lá. Não se veem criados. Ela logo constata que não há nenhum outro adulto na propriedade, e a identidade de H. Bennet permanece um mistério.
A governanta recém-contratada busca informações com as pessoas do vilarejo, mas todos a evitam. Nesse meio tempo, fica intrigada com janelas que se fecham sem explicação, cortinas que se movem sozinhas e ventos desproporcionais soprando pela propriedade. E então coisas realmente assustadoras começam a acontecer… 

Encontrei esse livro bem ao acaso, mas bem ao acaso mesmo. O único livro que li do John Boyne foi "O Menino de Pijama Listrado", que gostei para caramba, diga-se de passagem, e fiquei relativamente surpresa quando vi um livro de terror escrito por ele. Peguei para olhar a sinopse e acabei me interessando. Em parte, realmente pela história parecer interessante, mas também porque fiquei curiosa como um cara que eu conhecia escrevendo dramas se sairia escrevendo um livro de terror.

Considero esse um gênero bem difícil de ser escrito (não que eu escreva, mas imagino que deva ser. rs), tentar assustar as pessoas ou deixá-las incomodadas não deve ser uma tarefa fácil. Embora acho que esse nem tenha sido o intuito do autor, na verdade (apesar de você conseguir enxergar que para a personagem, os eventos devam ter sido bem incômodos, principalmente levando em consideração a época em que se passa o livro). 

Seja como for, li o livro e, sim, gostei. Acho que o livro é isso mesmo, uma homenagem. Você não vai encontrar umas história inovadora nem tão complexa (apesar de acabar trazendo vários questionamentos e você acabar tendo certeza que, assustadora mesmo, são as pessoas :S), mas achei amarradinha e gostei dos personagens, o que acabou me prendendo, embora tenha ficado com a sensação que os questionamentos trazidos pelo próprio autor poderiam ter sido melhor explorados.

Tem algumas referências legais a alguns clássicos e achei isso legal também (e o pai da personagem principal ainda era um entusiasta em entomologia! XD :3 ). Acho que o que tive mais dificuldade foi conseguir me inserir na atmosfera de 1867, mas não sei se isso foi um problema do livro, ou se a barreira foi realmente minha. Talvez uma das coisas que tenha contribuído para isso, seja a própria Eliza Caine, que apesar da época em que estava vivendo, tinha um forma de pensar muitas vezes bem mais atual que aqueles a sua volta. Ela é uma personagem bem forte também e acaba te cativando. 

Enfim, não é uma história magnífica do terror, apesar de explorar o sobrenatural não é uma história assustadora (ao menos, não a vi assim). Tem uma narrativa dinâmica e acaba te prendendo, tornando a leitura bem rápida, na verdade.

Aquisições literárias de abril

Apenas umas breve atualização com as aquisições literárias do mês e minha felicidade com isso. Coloquei acesso para skoob, caso alguém queira saber mais sobre os livros. Tentarei resenhá-los, mas não vou colocar isso como promessa (que é para não ter que descumprir mais uma rs :p).





A Revolução dos Bichos - George Orwell
A Grande História da Evolução - Richard Dawkins
A Magia da Realidade - Richard Dawkins
A Menina Que Roubava Livros - Markus Zusak
Carrie, A Estranha - Stephen King
Doutor Sono - Stephen King
A Casa Assombrada - John Boyne

Saudações e abraços!

Discussões, discussões...

Quer fazer uma pessoa mudar totalmente a opinião que ela tem sobre você, e para pior, discorde dela.

E onde está a bizarrice disso? Discordar NÃO é algo negativo e, ainda assim, tratamos como se fosse. São as discordâncias que geram discussões, que movem debates, que permite que as coisas mudem. Discutir não necessariamente vai envolver socos e xingamentos, por mais que as pessoas o considerem dessa forma. Em uma discussão considerada produtiva, as pessoas podem discordar e não há problema nenhum nisso, mas a situação gira em torno do que está em debate e não nas pessoas que estão debatendo.

Seria bom observar que se para provar nosso argumento há a necessidade de partir para ofensas pessoais, de forma a inferiorizar o outro para que o nosso ponto de vista pareça melhor, então o nosso argumento provavelmente não é bom ou então não estamos sabendo argumentar direito.

Mas parece que vivemos hoje em um mundo onde tudo o que fazemos ou pensamos tem que passar pela “aprovação” alheia. É estranho, mas parece que temos vivido em função dos “like” ou “unlike” que recebemos. E um problema sério disso é que as pessoas parecem se sentirem ofendidas simplesmente pelo fato de outros discordarem delas.

A visão das pessoas difere, e é importante que tenhamos contato com opiniões que divirjam das nossas. Caso a gente ouça apenas aquilo que nos convêm, passaremos a vida em um universo paralelo com a falsa sensação de termos sempre razão, mas que destoa totalmente da realidade. É importante que saibamos que opiniões diferentes existem, para que possamos refletir sobre o nosso próprio ponto de vista e, quando necessário, enxerguemos que ele pode ser modificado. E que não há problema nenhum nisso.

É claro, não iremos mudar de opinião simplesmente porque discordam da gente e não queremos ficar sozinhos ou receber “unlike”, mas esse confronto com ideias contrárias deve existir para que passemos a enxergar com mais clareza a situação, se há fundamento no que estamos argumentando, ou se a nossa percepção está pautada apenas por nosso emocional.

E saiba, se você vai emitir uma opinião de forma pública, principalmente se for algo que cabe discussão, há quem vai ter uma visão contrária e vai querer emiti-la também.

No Nerdologia 74: “Coxinhas vs Petralhas”, o Átila fala um pouco sobre a polarização de ideias e acho que se encaixa bem aqui na discussão, então fica a dica aí, até porque o trabalho de divulgação científica que eles fazem é realmente muito bom.